Iniciativa do Comitê Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba, em parceria com a Coordenadoria Regional de Educação de Araranguá, contribuiu com as criações de alunos e educadores
Professores participantes do projeto “Clima Água: formação
em educação ambiental para segurança hídrica e enfrentamento das mudanças
climáticas” expuseram, juntamente com seus alunos, seus trabalhos na IX Feira
Regional de Ciências e Tecnologia da Coordenadoria Regional de Educação de
Araranguá (CRE), na última semana. A iniciativa do Comitê de Gerenciamento da
Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba,
em parceria com a CRE Araranguá, contribuiu com os resultados apresentados no
evento.
Com o objetivo de formar 25 profissionais da educação ou
professores, o projeto “Clima Água” conta com oficinas de preparação sobre temas
relacionados à água, crise hídrica e emergência climática. Nesse cenário, os educadores
utilizaram dos conhecimentos adquiridos no decorrer das atividades para subsidiar
os trabalhos que vinham sendo desenvolvidos para a feira e que seguem quatro
principais tópicos: as mudanças climáticas e a justiça climática; a diversidade
biológica; a saúde global e as tecnologias emergentes.
Para a presidente do Comitê Araranguá e Afluentes do
Mampituba, Eliandra Gomes Marques, a parceria entre o órgão e a CRE no projeto ‘Clima
Água’ é importante na integração da educação e da gestão de recursos hídricos.
“Isso fortalece a comunidade escolar, promove projetos interdisciplinares e
sensibiliza a sociedade sobre a importância da preservação da água e adaptação
climática. Além disso, o apoio institucional facilita a implementação de
políticas públicas voltadas para a educação ambiental, contribuindo para o
desenvolvimento sustentável da região”, destaca.
Para a integradora da CRE, Karin Regina de Bem Pereira, os
professores se aprofundaram na formação sobre os recursos hídricos, por meio
das oficinas, o que resultou positivamente nos trabalhos apresentados na Feira.
“Pudemos perceber a cientificidade, a intervenção social e o protagonismo dos
alunos nos trabalhos apresentados. Além da presença dos eixos estruturantes do
currículo base do território catarinense nos trabalhos do Ensino Médio. Muito
gratificante poder presenciar apresentações e projetos de tanta qualidade”,
frisa.
Projetos apresentados
Dentre os projetos apresentados, um originou-se de uma das
temáticas abordadas durante uma das oficinas do “Clima Água” e os demais
utilizaram dos conhecimentos do curso para complementar o que já vinha sendo
criado.
O projeto da escola Francisco Molgero, de Jacinto
Machado, coordenado pela professora Angela Isabel Hahn Bendo, apresentou o tema
“Desastres naturais: monitorar para preservar vidas”, juntamente com os alunos
Agatha Guetner Zeferino e Tainan Fernandes Pokomaier. Segundo a professora, o
problema de alguns estudantes faltarem as aulas por conta das cheias ou das
enchentes tem se tornado recorrente. “Na segunda oficina com o Dr. Masato
Kobiyama, quando ele relatou sobre o nível de chuva em Jacinto Machado, fiquei
maravilhada, pois coincidia diretamente com o problema que nossa escola
enfrenta. Por isso, o nosso projeto evidenciou a importância da prevenção
quando estiver chovendo e como agir nesses casos, para que os alunos não corram
riscos”, relata.
Coordenado pela professora, Ruana Tomaz de Souza, da escola
Isabel Flores Hubbe, de Araranguá, o segundo projeto tratou sobre o
“Reaproveitamento da água da chuva na irrigação da horta e jardim escolar:
construção de cisterna sustentável”. A apresentação também contou com a participação
dos alunos Larissa Bristot dos Santos e Pedro de Souza Navarro de Andrade. “Dentro
da sala de aula, falamos sempre sobre a água e os diversos recursos naturais.
Ao longo das oficinas, o curso tem ajudado a deixar os professores mais
próximos dos temas relacionados à água, então tem sido muito proveitoso. Assim,
os alunos desenvolveram a cisterna com a tentativa de resolver uma problemática
da escola e a ideia é que ela seja construída”, explica Ruana.
Já o terceiro projeto, que abordou a “Educação tecnológica e
mudanças climáticas”, foi de responsabilidade da educadora Carina Ferraz
Marcos, da escola Bernardino Sena Campos, de Araranguá. O trabalho exposto foi
um site criado pelos alunos Adriano Lopes da Rosa e Simon Candido Jesuíno, que
reúne artigos sobre temas voltados ao meio ambiente, como o aquecimento global.
Para Carina, os assuntos vistos no Projeto Clima Água se correlacionam com as
disciplinas vistas em aula. “Sejam as mudanças climáticas ou a saúde global,
foram tópicos essenciais para nosso aperfeiçoamento enquanto professores. E,
claro, mais gratificante ainda foi poder repassar este conhecimento aos nossos
estudantes”, enfatiza a educadora.
Da Escola de Educação Básica Timbé do Sul surgiu o projeto “Sustentabilidade
e ecossistemas - interdisciplinaridade e prática: aquaponia”, exposto pelos
alunos Raissa Manente Teixeira e Pedro Luiz Savi Conceição. Orientado pela
professora Dolores Martins Bosa, o trabalho desenvolvido consistiu em um
sistema de criação de peixes e plantas de forma integrada, em que um auxilia o
outro de forma harmônica. “A primeira etapa é alimentar os peixes, que
produzirão os dejetos na água. Consequentemente, se tornará uma substância de
nutrientes para as plantas crescerem e realizarem a filtragem das impurezas.
Assim, a água volta limpa para os peixes. A aquaponia é autossuficiente, pois a
única coisa que precisamos fazer é o controle da água e alimentar os seres”,
ensina Raissa.
Por fim, sob a orientação do professor Dairce Leonardo, os
estudantes Pedro Patrício Coelho e Lara Beatriz da Rocha de Oliveira criaram a
“Fauna dos biomas brasileiros: um olhar cultural e ambiental”. Representando a
escola Professora Neusa Ostetto Cardoso, de Araranguá, os expositores falaram
sobre os mamíferos e aves presentes no Brasil, principalmente na Amazônia. “Participar
da feira é uma experiência única de elevação do conhecimento do aluno, pois eles
prepararam uma grande pesquisa sobre os biomas. Além de desenvolver um mosaico
junto com a professora de artes. Nosso objetivo maior é ter um cuidado,
principalmente, na área ambiental”, comenta Leonardo.
Sobre o projeto “Clima Água”
O projeto “Clima Água” foi elaborado e tem sido executado pelo ProFor Águas Unesc – Entidade Executiva que presta suporte ao Comitê Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba -, compreendendo uma das metas para o ano de 2024, elencadas por meio do Edital de Chamada Pública FAPESC nº 32/2022. Além disso, trata-se ainda de uma iniciativa vinculada às ações de curto prazo dos programas do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Araranguá.