Para que as ações de preservação da água no Sul catarinense
possam realmente sair do papel, o Comitê da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes
Catarinenses do Rio Mampituba precisa da participação efetiva de suas entidades
membro. No entanto, ao menos 13 instituições que atualmente fazem parte do
grupo não tem participado das ações anuais programadas, o que motiva um reforço
no chamado por mais envolvimento.
Essa cobrança se dará, a partir dessa semana, por meio do
envio de ofícios e notificações às entidades que têm faltas nas últimas três
assembleias realizadas pelo Comitê, o que corresponde a uma não participação,
ao menos, desde a metade do ano passado. Em alguns casos, de acordo com o
presidente Luiz Leme, há situações de membros que não se fazem presentes há
mais de dois anos.
“O Comitê Araranguá é formado por 45 entidades e com a
ampliação da área de abrangência atingimos 22 municípios. Só que temos
enfrentado uma certa dificuldade de fazer com que as entidades reconheçam seu
papel e participem das nossas atividades. Por isso, estamos enviando ofícios,
buscando um retorno desses membros, para que eles passem a participar ou abram
mão da vaga, possibilitando uma substituição por representantes que realmente
tenham interesse em contribuir”, explica Leme.
Maior dificuldade é
com a sociedade civil
Dentre os setores que tem participação prevista no Comitê, o
que mais tem registrado faltas são os representantes da sociedade civil
organizada. “Como eles não utilizam a água no processo produtivo, acabam não
reconhecendo a importância de fazer parte dos debates. Só que essas entidades
precisam entender a necessidade do processo de gestão, uma vez que representam
a população em geral e, por isso, devem participar, já que em um momento de
crise e estiagem, por mais que o abastecimento humano seja prioritário, há
chances de até mesmo as pessoas serem afetadas”, argumenta a assessora técnica
do Comitê, engenheira ambiental Michele Pereira da Silva.
O Plano da Bacia do Rio Araranguá elencou 32 ações a serem
desenvolvidas a curto, médio e longo prazo, para uma gestão mais eficiente nos
recursos hídricos no Sul catarinense. “Precisamos tirar esse planejamento do
papel, para que no futuro se possa ter água em quantidade para atender todas as
demandas, tanto da agricultura, quanto da indústria e abastecimento humano;
como também com a qualidade necessária. Para tanto, as entidades têm que se
envolver na tomada de decisões”, finaliza o presidente.
Atualmente, a Bacia do Rio Araranguá é a mais crítica de
toda Santa Catarina no que diz respeito à quantidade e qualidade de água
disponível, segundo o que identificou o Plano Estadual de Recursos hídricos em
2018.
Francine Ferreira
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