Após análise de Câmara Técnica, órgão colegiado define posicionamento a respeito da iniciativa em Assembleia Geral Extraordinária
O PL
já foi pauta na última Assembleia Geral Ordinária do órgão, em setembro, quando
o coordenador Geral do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas,
Maurício Marques Scalon, fez uma explanação sobre o tema. “Trata-se do chamado
marco hídrico, que vem só complicar, atrasar e trazer problemas para o nosso
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). O PL nº 4546
foi concebido com o propósito de trazer discussão sobre infraestrutura hídrica,
mas durante o trâmite na Câmara dos Deputados, a inserção de inúmeras emendas o
transformou em um monstro, a tal ponto que ele trata exatamente da privatização
da água, o que se torna um retrocesso histórico, já que com a Constituição,
havíamos conseguido tornar a água pública no Brasil, com a conotação social
acima de qualquer suspeita”, avalia Scalon.
Conforme o coordenador Geral do Fórum Nacional de Comitês de
Bacias Hidrográficas, o PL aborda a concessão de cursos d'água, de estruturas
montadas a partir dos cursos hídricos. “Precisamos urgentemente fazer um
trabalho a partir de todos os Comitês do Brasil, porque com esse projeto de lei
os Comitês deixam de ter função e serão abandonados. Então a nossa discussão na
Assembleia foi exatamente em cima dessa necessidade de nos mobilizarmos, de
fazer documentos e encaminhamentos para a Câmara de Deputados, para o
Ministério Público Federal, para todas as instâncias que possam nos ajudar, no
sentido de não deixar caminhar esse PL da maneira como ele está colocado”,
completa.
Após a explanação de Scalon durante a AGO, os debates sobre
o assunto seguiram internamente no Comitê Araranguá e Afluentes do Mampituba. “O
PL desconsidera o atual modelo de gestão de recursos hídricos, que envolve a
participação de diferentes atores sociais, incluindo os comitês de bacias
hidrográficas e o Conselho Nacional de Recursos Hídricos. O mais grave é que o
PL fere os princípios constitucionais ao transformar a água em um objeto de
exploração econômica e ao alterar profundamente o sistema de governança hídrica
vigente, sem a devida discussão com a sociedade e sem observar os mecanismos
legais de gestão já estabelecidos”, frisa a presidente do Comitê, profª.
Eliandra Gomes Marques.
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