Momento de aprendizado reuniu quatro
palestrantes experientes da área, para compartilhar conhecimentos com membros e
participantes
A formação
realizada nesta segunda-feira, dia 07, pelo Comitê de Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba debateu
com os seus membros e integrantes da comunidade sobre “Monitoramento e
Diagnóstico da Qualidade das Águas”. O momento de aprendizado, segundo de 2024,
contou com quatro palestrantes com expertise na área, contribuindo para a
melhor compreensão sobre a importância da geração de dados sobre as condições
das águas da bacia para a orientação de políticas de melhoria dos recursos
hídricos.
Segundo dados
do Plano Estadual de Recursos Hídricos, a região Hidrográfica do Extremo Sul
Catarinense (RH10), a qual a bacia do rio Araranguá e Afluentes do Rio
Mampituba pertence, é a pior de Santa Catarina em termos de qualidade e
quantidade de água. Tendo em vista essa grave situação, a capacitação teve como
objetivo oferecer subsídios para que os membros estejam capacitados para lidar
com esta situação em sua participação no órgão.
Conforme a
presidente do Comitê Araranguá e Afluentes do Mampituba, profa. Eliandra Gomes
Marques, o monitoramento é fundamental para a implementação de políticas
públicas e para o cumprimento de legislações ambientais. “Os pesquisadores
reforçaram a importância de monitorar a qualidade das águas, que está
diretamente ligada à garantia da saúde humana, à preservação dos ecossistemas
aquáticos e à manutenção dos usos múltiplos da água, como o abastecimento, a
pesca, o turismo, pecuária e a agricultura. Em nossas bacias hidrográficas - do
rio Araranguá e do rio Mampituba, o monitoramento da qualidade das águas é
essencial para mitigar os impactos de atividades econômicas que podem
comprometer a saúde dos corpos d’água, seja por meio de contaminação ou pela pressão
sobre áreas de preservação. Essas ações são essenciais para a recuperação
ambiental e a proteção dos usos múltiplos da água, garantindo a
sustentabilidade e a conservação dos recursos hídricos a longo prazo”.
Diagnóstico
inicial
A mestre em
geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Marciéli
Frozza – que é geóloga do Iparque/Unesc e atua em apoio aos estudos sobre
recursos hídricos subterrâneos no ProFor Águas/Unesc, Projeto Fapesc n°32/2022
– apresentou os detalhes da elaboração destes estudos. Abordando o “Diagnóstico
das águas subterrâneas das bacias do Sul Catarinense”, relatou que há diversos
desafios a serem considerados por conta dos limites territoriais dos recursos
hídricos subterrâneos.
“Os fluxos das
águas subterrâneas não correspondem, especificamente, às características de
relevo como ocorre nas delimitações das bacias hidrográficas, por exemplo. Os
aquíferos, ultrapassam os limites territoriais dos municípios e estados. No
entanto, para melhor compreensão das características das águas subterrâneas em
relação à forma de ocorrência, qualidade da água e distribuição espacial,
compreende-se a importância de trazer à luz da gestão hídrica em escala de
Unidade de Planejamento e Gestão (UPG), o status dos recursos hídricos
subterrâneos”, enfatiza Marciéli.
O entendimento
do comportamento das águas subterrâneas e a situação atual dos dados de órgãos
públicos disponíveis também foi apresentado para os participantes da
capacitação. “Os dados constituem uma primeira, importante e necessária etapa
para a organização de um banco de dados que servirá de base para este e estudos
futuros”, acrescenta.
Conhecimento
para monitorar e diagnosticar
O monitoramento
e diagnóstico da qualidade das águas superficiais é essencial para o
planejamento e gestão de recursos hídricos. Com a ferramenta, é possível criar
uma base de dados que servirá de referência para estudos e a geração de
informação que, por sua vez, serão usados para desenvolver estratégias de
conservação. Para o gerente e pesquisador da Epagri-CIRAM, Dr. Luis Hamilton
Pospissil Garbossa, que atua na área de monitoramento ambiental e modelagem
numérica aplicados à aquicultura e meio ambiente, a temática permite
complementar políticas de gestão sustentável.
“Além disso,
garante a segurança hídrica para os mais diversos usos. A qualidade da água
afeta diretamente a saúde pública e a produtividade agrícola, sendo crucial
para a prevenção de doenças e a manutenção de ecossistemas saudáveis”, destaca
Garbossa.
Eu sua
apresentação, ele abordou o tema “Implementação de sistema de monitoramento de
dados ambientais automatizado: opções tecnológicas e desafios” e apresentou
insights sobre o monitoramento automático da qualidade da água, exibindo alguns
resultados obtidos com este método na Epagri. Também expôs equipamentos utilizados, como sondas de qualidade de água, o
processo de transmissão de dados e a qualificação dos dados após serem
recebidos em uma base de dados computacional.
Outras
temáticas
Para
compreender e controlar os impactos ambientais causados pela mineração de
carvão na região Sul do estado, o engenheiro ambiental e pesquisador em
geociências do Serviço Geológico do Brasil e Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais (SGB/CPRM), Dr. Albert Teixeira Cardoso, abordou sobre o
“Monitoramento e qualidade dos recursos hídricos na Região Carbonífera de Santa
Catarina”.
Por fim, a
capacitação contou ainda com a participação da engenheira de recursos hídricos
e ambiental pela da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Dra. Heloise Garcia
Knapik, que compartilhou conhecimentos sobre o “Monitoramento da qualidade da
água em rios: experiências, desafios e oportunidades’’ e suas experiências com
o Rio Iguaçu, do Paraná, o segundo rio mais poluído do Brasil.
Participação
A atividade
contou com a mediação do coordenador técnico do ProFor Águas Unesc, José Carlos
Virtuoso, e da técnica em gestão hídrica, Sabrina Baesso Cadorin, que presta
suporte para o Comitê Araranguá e Afluentes do Mampituba.