A Epagri está desenvolvendo um projeto no sul do Estado, no Cetrar de Araranguá, de Produção Orgânica de Arroz irrigado, que visa o uso de técnicas de cultivo com aplicações de insumos orgânicos visando aumentar a oferta dos chamados produtos orgânicos aos consumidores.
Esta alternativa se constitui em uma grande oportunidade, especialmente aos produtores com pequenas áreas de produção de arroz e em condições ambientais favoráveis, principalmente aquelas que possuem água de qualidade e em quantidade suficiente, que poderão produzir estes produtos com menor custo ou menor desembolso e obterem um preço melhor no mercado pelo arroz orgânico.
O resultado esperado desse projeto vai desde a melhoria ambiental que beneficia a sociedade como um todo, garante a permanência de pequenos produtores no campo pela obtenção de maior rentabilidade, a disponibilização de arroz orgânico aos consumidores que exigem ou preferem este tipo de alimento e ainda retrata a ideia de sustentabilidade de uma cadeia produtiva muito importante na nossa sociedade.
Para a produção orgânica de Arroz são utilizadas técnicas que substituem os adubos químicos, os inseticidas e os herbicidas por outros materiais que atendam legalmente a certificação como os estercos e outros materiais orgânicos, por um preparo diferenciado do solo, em certos casos pelo uso de peixes ou de marrecos e especialmente por manejo d’água com alta especificidade técnica. Nesse momento a exigência, tanto na qualidade como na quantidade de água, bem como sua disponibilidade na “hora” certa é fundamental.
A SAFRA
A safra de arroz de 2012 enfrentou grandes dificuldades neste sentido. O Engenheiro Agrônomo, Rene Kleveston, responsável pelo Projeto Grãos na Epagri afirma que a longa e severa estiagem que passamos nos últimos três meses do ano e mesmo no decorrer de 2013 acarretará em danos para um expressivo número de produtores, inclusive aos de produção convencional de arroz.
"Na produção orgânica esta estiagem impediu que os nossos trabalhos de pesquisa e produção orgânica de arroz no Cetrar-Epagri de Araranguá seguissem sua trajetória de normalidade e não foi possível a instalação dos experimentos de pesquisa que nos dariam continuidade aos resultados e a própria área de produção de grãos só pôde ser implantada no inicio de janeiro de 2013, época que não nos permitiu seguir as melhores técnicas de manejo d’água e já não é mais recomendada para o plantio de arroz em nossa região", comenta Rene.
Diante desta situação, há expectativa de uma safra desfavorável de arroz orgânico para 2013 e de que muitos produtores de arroz convencional da nossa região terão prejuízos. "Esta situação nos leva a refletir sobre os investimentos que temos feito para a conservação e armazenamento de água. É possível investir em produção orgânica sem ter uma adequada condição? Estes entraves necessitam sair da retórica e caminhar para soluções concretas. Por fim, evidenciar a instabilidade que a cadeia produtiva do arroz tem enfrentado nos últimos anos demonstrando que fazer agricultura é sempre um negócio de risco", salienta o Engenheiro.
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