Atividades que levem ao reaproveitamento de água e efluentes
na indústria; ampliação do sistema de tratamento de esgoto e redução de perda
de água nos municípios; desenvolvimento de ações para fortalecer a educação ambiental;
estímulo a capacitações de agricultores para o uso eficiente da água. Entre
diversos outros pontos, estes foram alguns dos tópicos pactuados pelos representantes
dos setores industrial, educacional, de abastecimento de água e tratamento de
esgoto, e da agropecuária durante o 3º Diálogo Entre Bacias Hidrográficas do
Extremo Sul Catarinense.
Durante toda essa quarta-feira, 7, o evento reforçou a
necessidade de envolvimento de todos os diferentes segmentos da sociedade, em
prol de uma melhor e mais eficiente gestão da água e de saneamento. Realizada
pelo Comitê da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba
e do Comitê da Bacia do Rio Urussanga, a ação aconteceu na sede da Associação
Empresarial de Criciúma.
Segundo a técnica de Recursos Hídricos da Associação de
Proteção da Bacia do rio Araranguá (AGUAR) para o Comitê Urussanga, Rose Adami,
como encaminhamento efetivo, as quatro pactuações definidas entre os setores
agropecuário, educacional, da indústria e do sistema de abastecimento de água e
tratamento de esgoto serão organizadas em um único documento.
“Que oficializará as parcerias para as ações de gestão
sustentável da água e saneamento, para solucionar os problemas e atender as
demandas hídricas ambientais e socioeconômicas nas bacias dos rios Urussanga,
Araranguá e nos afluentes catarinenses do Rio Mampituba”, completa.
De São Paulo, o
exemplo a ser seguido
Um relevante debate foi promovido e teve início com a
explanação da experiência aplicada em São Paulo, que é referência nacional: a
gestão das águas das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). O
coordenador do Consórcio Intermunicipal PCJ, Francisco Carlos Castro Lahóz, e o
diretor financeiro da Agência PCJ, Ivens de Oliveira, expuseram os desafios, as
conquistas e o caminho percorrido até o reconhecimento.
“Na Alemanha, em 1903, eles já pensavam em como fazer a irrigação, como ter água para abastecer também as pessoas. A sociedade se reuniu e mudou a história criando Comitês de Bacias com segmentos. Por um tempo não deu certo. Hoje eles são o sistema mais eficiente do mundo com a ação da própria sociedade. E o nosso caso foi o mesmo. O PCJ tem menos água que o Oriente Médio. E o que fizemos? Com a observação da morte de peixes, a sociedade se organizou, criou movimento e hoje contamos com o apoio de mais de 40 prefeituras e as maiores empresas da região. Fizemos um trabalho de formiguinha”, pontuou Lahóz.
A participação
do Poder Público
Na oportunidade, o coordenador do Consórcio Intermunicipal
PCJ ainda destacou que o Poder Público perde em não participar dos Comitês de
Bacias por um motivo. “Os Comitês são o parlamento das águas, a extensão dos Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos, então quando você aprova uma deliberação do Comitê,
se ela for aprovada depois em âmbito estadual, logo vira lei. Então os Comitês,
em suas áreas de atuação, produzem mais leis que os próprios vereadores dos
municípios, e isso passa desapercebido. Os comitês são extremamente poderosos,
mas muitos não sabem desse poder. A sensibilização que tanto falamos é, muitas
vezes, levar essa informação para quem desconhece”, explicou.
Expectativas
superadas
Para o presidente do Comitê Araranguá, Luiz Leme, o 3º Diálogo
entre Bacias Hidrográficas do Extremo Sul Catarinense superou todas as expectativas.
“A experiencia de São Paulo que expuseram para nós, de um contato que chega a
ser internacional, nos anima a seguir adiante e esperar que, desse evento, resultem
bons frutos, talvez até em forma de parcerias envolvendo os Comitês Araranguá e
Urussanga e o Consórcio PCJ”, finalizou.
O 3º Diálogo contou também com o apoio da Associação de
Proteção da Bacia do rio Araranguá (AGUAR), da Secretaria do Estrado de
Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE) e da Associação Empresarial de
Criciúma (ACIC).
Francine Ferreira
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