Ação, que integra a XVIII Semana do Meio Ambiente e Valores Humanos da Unesc, trouxe novos conhecimentos que devem auxiliar em um dos possíveis desafios das bacias
O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio
Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba promoveu um importante
momento de troca de conhecimento para os membros e demais inscritos sobre
“Mediação e Arbitragem de Conflitos”. A primeira capacitação de 2023, que
integra a programação da XVIII Semana do Meio Ambiente e Valores Humanos da
Unesc, aconteceu na manhã desta quarta-feira, dia 07, no Centro de Treinamento
da Epagri em Araranguá (CETRAR/EPAGRI).
Com suporte técnico do ProFor Águas e ministrada pelo
presidente do Comitê da Bacia do Gravatahy-RS, geólogo Sérgio Luiz Cardoso, o
evento também trouxe subsídios a respeito da outorga da água, plano de bacia,
sistema de informação e enquadramento, importantes instrumentos da gestão preconizados
pela Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH). O palestrante, que possui vasto
conhecimento na área, adaptou a apresentação para a realidade das bacias que
compõe o Comitê, tendo como ponto de partida as informações fornecidas no
questionário pelos inscritos.
Nesse cenário, Cardoso evocou assuntos que demandam um olhar
mais atento do Comitê, como por exemplo no que tange às águas subterrâneas e o
importante papel dos comitês nas tomadas de decisões. Para fomentar a
discussão, reflexões sobre os desafios enfrentados pelo órgão foram provocadas,
a fim de trazer novas perspectivas de como vencer os obstáculos e se ter uma atuação
ainda mais forte na sociedade.
Troca de experiências
O possível desafio para o Comitê Araranguá e Afluentes
Catarinenses do Rio Mampituba, neste caso a mediação e arbitragem de conflitos,
é pauta constante no Comitê Gravatahy-RS. Nesse cenário, para trazer clareza
aos assuntos expostos, o palestrante tratou sobre as experiências que acumulou
ao longo dos últimos anos à frente do órgão no estado vizinho. Conforme
Cardoso, esse câmbio de informações tem muito a agregar, uma vez que as
iniciativas adotadas por eles podem ser a resposta para outras pessoas.
“O debate central girou em torno dos instrumentos de gestão,
de forma mais intensa na outorga do uso da água, que nada mais é do que a
distribuição dos recursos hídricos de forma igualitária para todos. As
experiências que eu trouxe do Rio Gravataí, que vivenciamos ano após ano, foi
importante para evidenciar a importância do Comitê no ambiente político e na
tomada de decisões. Afinal de contas, nós somos estrutura do Estado e é nosso
dever fazer essas intermediações e articulações”, afirma o palestrante.
Comitê como agente político
Conceitos básicos sobre os instrumentos da gestão dos
territórios também foram abordados, contemplando, neste caso, as políticas de
meio ambiente, saneamento, resíduos sólidos, unidades de conservação e
ordenamento territorial municipal. Ao longo dessa parte expositiva, os próprios
inscritos contribuíram na troca de ideias, dado que participaram tanto
representantes do governo, usuários de água, população da bacia e acadêmicos
interessados no assunto.
A presidente do Comitê Araranguá e Afluentes Catarinenses do
Rio Mampituba, Eliandra Gomes Marques, evidencia que se faz imprescindível que
os membros se nutram de subsídios técnico e legal e estejam em permanente
aperfeiçoamento, como este momento promovido na primeira capacitação do ano. “Temos
a possibilidade de arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos
relacionados aos recursos hídricos, conforme consta no a Lei Federal n.
9.433, de 8 de janeiro de 1997, como integrante do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, em cumprimento do item II do artigo 28. E,
para tal, precisamos deter conhecimento para que possamos exercer nossa função
de forma mais assertiva”, aponta.
Continuidade da capacitação
Com carga total de seis horas foi definido que as duas
restantes serão realizadas a distância, em plataforma digital EAD, com data a
ser definida e encaminhada por e-mail para todos os inscritos no curso. “Temos
muito o que pensar sobre os conflitos que envolvem o uso da água. Como órgão
gestor, somos um parlamento, um espaço de construção coletiva de instrumentos
de planejamento e resolução de impasses, tanto no que se refere aos corpos
d’água superficiais quanto subterrâneos. A formação veio para aprofundar esse assunto
que merece destaque. Nosso objetivo é, a partir do exposto, construir estratégias
e ações para a resolução dos conflitos na abrangência da bacia do Rio Araranguá
e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba”, destaca Eliandra.
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