A realidade dos territórios onde
estão inseridos os 16 Comitês de Bacias Hidrográficas e Santa Catarina foi um
dos assuntos ressaltados na manhã desta terça-feira, dia 3 de junho, durante o
segundo dia do Fórum Catarinense de Comitês de Bacias Hidrográficas, na
Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). O evento, coordenado pelo
Comitê do Rio Urussanga com o apoio dos Comitês dos Rios Araranguá, Tubarão e
Tijucas, contou com a participação de autoridades, estudantes e profissionais
da área ambiental. O geógrafo e diretor do Instituto de Geografia da
Universidade Federal de Uberlândia, Dr. Claudio Antonio Di Mauro, explanou
sobre a gestão de conflitos relacionados aos usos do solo e dos recursos
hídricos nas bacias hidrográficas e os riscos para a segurança alimentar.
“Diversos problemas podem gerar
conflitos armados e até com morte. Nossas estruturas no país estão preocupadas
com a geração de empregos, fatores econômicos, e não percebem o tamanho dos
problemas das regiões. Por isso é necessário o planejamento, que deve ser feito
com a presença e participação de todos. No momento em que fazemos o
planejamento não podemos ter visão exclusivamente econômica, temos que ter uma
visão de como as pessoas irão viver naquele lugar, como irão se alimentar, e
neste sentido entra a água, que será utilizada como fator fundamental para a
vida e produção”, frisou.
Segundo Di Mauro, os Comitês de
Bacias Hidrográficas possuem a responsabilidade de identificar e buscar
construir novos caminhos. “Os comitês são responsáveis pela construção de uma
civilização com outra visão. É uma luta fazer com que as pessoas compreendam
isso. Lembre-se que, de acordo com a lei, todos possuem acesso e direito a água
e é nosso dever planejar para onde queremos ir. A água é um bem limitado, não
de quantidade, mas sim de qualidade. Para uma mudança é preciso estimular o uso
e a ocupação racional e sustentável com o intuito de garantir os recursos
naturais no presente e futuro e também promover a integração regional”,
salientou.
No final do encontro, os Comitês dos
Rios Tijucas, Tubarão e Araranguá apresentaram experiências de conflitos de
recursos hídricos nas bacias catarinenses. O professor Dr. Carlyle Bezerra
Torres de Menezes mostrou estudos hidrossedimentológicos como indicador da
qualidade ambiental na gestão de recursos hídricos em bacias hidrográficas. O
Fórum Catarinense de Comitês de Bacias Hidrográficas encerra na tarde desta
terça-feira com a realização da Assembleia Geral dos Comitês Catarinenses de
Bacias Hidrográficas.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Comitê do Rio
Urussanga
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