Por falta de uma gestão efetiva dos recursos hídricos, Bacia do Rio Araranguá é uma das mais conflitantes do Estado
A falta de consciência da sociedade com o uso dos recursos hídricos no dia a dia, para o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba, é o grande alerta que precisa ser novamente evidenciado neste Dia Mundial da Água – celebrado na quarta-feira, 22 de março. Essa realidade, aliada à não efetivação de políticas públicas para a sua gestão, tem feito da região, uma das com maior número de registros de conflitos pelo uso da água em Santa Catarina.
De acordo com o vice-presidente do Comitê Araranguá, Sérgio Marini, a bacia não pode reclamar dos índices pluviométricos, uma vez que costuma chover consideravelmente. No entanto, a quantidade de conflitos por conta da falta de gestão dos recursos hídricos preocupa, assim como a pouca reservação da água, deixando a região à mercê das chuvas.
“Nossos mananciais têm períodos de bastante água, mas ficam rapidamente vazios em outros momentos do ano, aumentando a insegurança hídrica e, por consequência, os conflitos entre os mais variados usuários. Para mudar essa realidade, temos que fortalecer todo o sistema de gestão dos recursos hídricos da bacia, envolvendo gestores e sociedade civil organizada na criação de políticas públicas com uma visão inteligente, para que todos estejam engajados no futuro das nossas águas”, argumenta Marini.
Enquadramento
Além disso, segundo o vice-presidente do Comitê, a realização do enquadramento dos recursos hídricos da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba é outra grande necessidade da região, para promover uma verdadeira radiografia da qualidade das águas.
“Com isso, identificaríamos efetivamente de todas as cargas poluidoras da bacia e poderíamos estabelecer metas para melhorar a qualidade dessas águas. O Comitê tem o grande objetivo de buscar a sustentabilidade no futuro dos recursos hídricos, mas as pessoas deveriam estar mais engajadas. Infelizmente, o próprio poder público ainda não dá essa prioridade para que a sociedade organizada busque a solução do problema”, ressalta Marini.
Mobilização
Diante dessa situação, o apelo do vice-presidente é para que o poder público, as entidades e a própria comunidade retomem o ânimo de trabalho em prol da preservação das águas do Extremo Sul catarinense. “O Comitê já trouxe grandes avanços de conscientização entre os principais atores da bacia, mas nossa angústia é que poderíamos promover a mudança em uma velocidade ainda maior, se tivéssemos a mobilização e a preocupação de todos os envolvidos”, alerta.
Com o objetivo de ampliar o debate, também, para as gerações mais jovens, o Comitê da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba participa de ações de educação ambiental neste Dia Mundial da Água. A partir das 8h30min, por exemplo, contribuirá em uma troca de informações com alunos do Colégio Estadual Abílio Cézar Borges, em Nova Veneza.
A Entidade Executiva
Uma novidade que contribuirá para o fortalecimento das ações a partir deste ano é que, agora, uma equipe vinculada à Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) assumiu a função de apoio técnico ao Comitê Araranguá. A instituição teve seu projeto aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), no Programa de Fortalecimento dos Comitês de Bacias Hidrográficas, por meio do Edital de Chamada Pública FAPESC nº 32/2022 e é a nova Entidade Executiva do órgão.
A Bacia
Tendo como principal manancial o Rio Araranguá, a Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba abrange, integral ou parcialmente, 22 municípios do Sul de Santa Catarina: Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Balneário Rincão, Ermo, Jacinto Machado, Maracajá, Meleiro, Morro Grande, Timbé do Sul, Turvo, Criciúma, Forquilhinha, Içara, Nova Veneza, Siderópolis, Treviso, Praia Grande, São João do Sul, Santa Rosa do Sul, Balneário Gaivota, Passo de Torres e Sombrio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário