Reunindo lideranças políticas e da sociedade civil organizada, a consulta pública sobre o Plano de Bacias do Rio Mampituba teve resultado positivo nesta quinta-feira, 25. Em São João do Sul, a comunidade se reuniu para debater e dar sugestões quanto aos encaminhamentos a serem dados no futuro, para a preservação das águas do Extremo Sul catarinense.
Na oportunidade, os presentes ouviram sobre o estudo feito
até aqui e contribuíram com depoimentos sobre a realidade de cada município no
que diz respeito ao uso da água. “Os presentes identificaram a situação e
localização das ações que utilizam água na Bacia Hidrográfica do Rio Mampituba,
as áreas com forte demanda na agricultura e indústria, por exemplo, ou até
mesmo outras atividades que não foram previstas e que são significativas para a
região. Foi uma boa oportunidade para fortalecermos o processo”, argumenta a
engenheira ambiental do Comitê Araranguá, Michele Pereira da Silva.
Por ser uma bacia hidrográfica localizada no Sul catarinense
e Norte gaúcho, esse plano está sendo construído pelos Governos do Estado do
Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com apoio do Comitê do Rio Mampituba e Comitê
do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba.
De acordo com o gerente de Planejamento em Recursos Hídricos
da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), Rui Batista
Antunes, todo plano precisa proporcionar uma discussão sobre o tipo e uso que terá
o rio. “Fizemos um levantamento sobre a água que temos hoje e vamos propor
aquilo que a queremos de melhorias para a qualidade da água e solução dos
problemas da bacia”, ressalta.
Um retrato da
situação das águas
Em Santa Catarina, o estudo será de extrema importância para
retratar a realidade do uso da água na região, uma vez que, no estado, os
afluentes do Rio Mampituba passam pelos municípios de Araranguá, Balneário Arroio
do Silva, Balneário Gaivota, Jacinto Machado, Passo de Torres, Praia Grande, Santa
Rosa do Sul, São João do Sul e Sombrio.
“Por meio desse Plano de Bacias queremos estabelecer quais
as metas e ações necessárias a curto, médio e longo prazo, para podermos
trabalhar pela melhoria da qualidade e quantidade das águas de toda a região”,
destaca o presidente do Comitê Araranguá, Luiz Leme.
Conforme o prefeito de São João do Sul, Moacir Francisco Teixeira,
o município fica feliz em receber os estudiosos que trabalham pela preservação
das águas. “Esse debate vem ao encontro do que a população está esperando, que
é acharmos uma solução e aproveitarmos o potencial existente nos municípios”,
completa.
Próximos passos
Com os pontos colhidos no debate da tarde dessa
quinta-feira, o estado gaúcho deverá encaminhar a organização do enquadramento
e definir os parâmetros de uso das águas também na parte catarinense da Bacia
Hidrográfica do Rio Mampituba.
De forma geral, a conversa foi avaliada como proveitosa para
que os técnicos pudessem ampliar seus conhecimentos a respeito do lado
catarinense do Rio Mampituba. “Essa iniciativa é inédita no Brasil, nunca os
estados fizeram o plano de um rio federal, então combinando com o governo de
Santa Catarina, nos lançamos na aventura. Essa nossa interiorização serviu para
mostrarmos o que já fizemos até agora e nos prepararmos para a grande oficina
de imersão que será realizada para concluir o estudo”, finaliza o diretor do Departamento
de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul, Fernando Setembrino Cruz Meireles.
Francine Ferreira
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