quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Qualidade de água dos rios Araranguá e Urussanga será monitorada pelo Governo de SC

Sul catarinense é a região mais crítica do Estado, de acordo com o Plano Estadual de Recursos Hídricos


Acompanhar, conservar e recuperar são ações fundamentais para a efetiva gestão de recursos hídricos. Para garantir êxito neste caminho, os rios de Santa Catarina irão contar com um monitoramento da qualidade de água, a partir de fevereiro. A ação será realizada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável e Turismo.
O projeto piloto terá como base as diretrizes do Programa de Estímulo à Divulgação de Dados de Qualidade de Água (QUALIÁGUA), uma iniciativa da Agência Nacional de Águas (ANA). A execução será feita ao longo de cinco anos pelo laboratório LABB. Na primeira etapa, 40 pontos serão monitorados em nove unidades no Litoral de Santa Catarina, entre eles os rios Urussanga e Araranguá, na região Sul.
Os ciclos de medições serão realizados quatro vezes ao ano em cada ponto e o laboratório LABB fará as ações de coleta e análise. Os dados serão entregues à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável e Turismo, que irá preparar o histórico de cada um dos rios para avaliar as mudanças e o cenário de qualidade. O trabalho garantirá um maior controle da qualidade dos rios de Santa Catarina.
Conforme o diretor de recursos hídricos da SDS, Bruno Henrique Beilfuss, a metodologia foi definida em conjunto e agora estão sendo elencados os pontos de monitoramento. “Com a entrega do Plano Estadual de Recursos Hídricos de Santa Catarina em 2018, percebemos que o principal entrave ligado à água é a qualidade. Há muito a evoluir e melhorar neste setor, seja na parte de saneamento ou rural. Este projeto piloto deverá contribuir para as ações dos Planos nas bacias hidrográficas e em outras questões, como outorga, avaliação de disponibilidade hídrica e avaliação de carga de cada um dos rios”, explica.
É a primeira vez que o Estado faz este levantamento de forma sistemática. “Esperamos manter este monitoramento de modo permanente, assim como já ocorre na parte de balneabilidade há 30 anos”, completa Beilfuss.

SUL COM O PIOR CENÁRIO DE SC
Em 2018, a conclusão do Plano Estadual de Recursos Hídricos levantou um alerta para a região Sul, que abrange 29 municípios das Bacias Hidrográficas dos Rios Araranguá e Urussanga. A água disponível está em situação péssima, tanto em qualidade quanto em quantidade, sendo considerada a mais crítica de toda Santa Catarina.
“O Plano Estadual inclusive estabeleceu como meta, para a região, reduzir em 28% a demanda total de água até 2027. Por isso, este monitoramento é de extrema importância, uma vez que vai mostrar os locais com qualidade ainda preservada e também a parte contaminada”, ressalta a presidente do Comitê da Bacia do Rio Urussanga, Carla Possamai Della.

Para a presidente, a iniciativa vai ao encontro com uma necessidade sentida nos Comitês, de acompanhamento da qualidade dos rios. “Precisamos conhecer essa realidade, para termos mais eficiente na gestão de recursos hídricos. Esse trabalho de acompanhamento nos possibilitará planejar ações para conservar e recuperar os rios, para garantias de melhoras no futuro”, frisa Carla.
Já para o Comitê da Bacia do Rio Araranguá, o presidente Luiz Leme destaca que esse acompanhamento será muito importante para toda a região. "Uma vez que a instalação dessas estações vai subsidiar um monitoramento que ampliará a quantidade de informações referentes à qualidade da água dos rios, auxiliando, consequentemente, no processo de gestão e preservação das águas do Sul catarinense", salienta.
Além disso, de acordo com a assessora técnica do Comitê Araranguá, engenheira ambiental Michele Pereira da Silva, esses dados, somados aos já existentes do Grupo Técnico de Assessoramento do Carvão, poderão subsidiar no futuro o enquadramento dos corpos d'água. “O fato será um importante instrumento para o processo de gestão de recursos hídricos, reconhecido por lei federal”, pontua.
O investimento do Governo de Santa Catarina neste projeto piloto é de R$ 60 mil ao ano, totalizando R$ 300 mil no convênio de cinco anos. Os relatórios serão publicados no Portal da Qualidade das Águas gerenciado pela ANA e no site: www.aguas.sc.gov.br.

RIOS QUE SERÃO MONITORADOS
Além dos rios Urussanga e Araranguá estão inseridos na lista de monitoramento da primeira etapa do projeto os rios Tubarão, Braço do Norte, Capivari, Mãe Luzia, Cubatão, Itajaí do Sul, Tijucas, Itajaí do Oeste, Itajaí Mirim, Itajaí do Norte/Hercílio, Itajaí-Açu, Benedito, Itapocu, Paraí, Piraí, Putanga, Manoel Alves, Batateira, Itajaí do Oeste, Garcia, Ribeirão Neisse, Itajaí do Sul, Três Riachos, Pequeno Canoas, Cubatão (Norte), Cubatão, Aragatingauba, Paulo Lopes, D’uma e Camboriú.

Francine Ferreira e Eliana Maccari

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Comitê Araranguá fortalecerá ações de educação ambiental

Sensibilização de membros e da comunidade também está entre as atividades prioritárias para 2019.


Vislumbrando um ano bastante movimentado pela frente, o Comitê da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba planeja fortalecer, em 2019, as ações voltadas para a educação ambiental no Sul catarinense. Além disso, dentre as atividades prioritárias, estarão também trabalhos de capacitação e sensibilização de membros e da própria comunidade, no que diz respeito à preservação das águas.
Conforme o presidente Luiz Leme, a ideia é que, com a nova figura de Entidade Executiva do Comitê e consequente liberação de recursos, uma agenda mais intensa seja colocada em prática nos próximos meses.
“As ações prioritárias com essa nova forma de gestão estão focadas na capacitação e sensibilização dos membros, referente à gestão de recursos hídricos e seu papel no Comitê; na continuidade das ações de educação ambiental, em parceria com a Unesc, gerências regionais de educação e as próprias escolas; e a questão do envolvimento da comunidade de uma forma em geral nas atividades que realizarmos, como o Dia da Água, o Diálogo Entre Bacias com o Comitê Urussanga, o Dia da Árvore e a Semana do Meio Ambiente”, completa Leme.
Em relação à educação ambiental, as ações deverão ser remodeladas antes de repassadas aos estudantes. Segundo a assessora técnica do Comitê Araranguá, engenheira ambiental Michele Pereira da Silva, após dois anos de uma pausa nas ações externas, com o recebimento do novo recurso será possível retomar os trabalhos nas escolas, além dos processos de capacitação de multiplicadores e da sensibilização dos membros e atores estratégicos da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá.
“O Comitê reconhece a importância do trabalho com as crianças, valorizando não só os tomadores de decisão de hoje, mas também reconhecendo a necessidade de sensibilizar os pequenos, que serão o futuro da gestão e preservação das águas na Bacia do Rio Araranguá”, ressalta a engenheira.
Aos representantes de entidades membros do Comitê Araranguá, também deverão ser realizadas dez capacitações entre fevereiro e setembro desde ano, de acordo com o planejamento determinado no plano de trabalho já aprovado em assembleia.
Francine Ferreira

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Comitê Araranguá divulga agenda de reuniões e assembleias para 2019


Já aprovada em assembleia no fim do último ano, está definida a agenda de reuniões de Comissão Consultiva e assembleias do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba para 2019.
Serão seis reuniões de Comissão Consultiva: 21 de fevereiro, 25 de abril, 13 de junho, 15 de agosto, 17 de outubro e 05 de dezembro.
Já as assembleias acontecerão em três oportunidades: 21 de março, 18 de julho e 21 de novembro.
Francine Ferreira

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Comitê Araranguá iniciará mediação de mais um conflito pelo uso da água

Desta vez, impasse gira em torno da captação do recurso e extração de seixo rolado em Praia Grande

Mais um conflito pelo uso da água no Sul catarinense contará com o trabalho de mediação efetuado pelo Comitê da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba, em conjunto com o Comitê gaúcho do Rio Mampituba. Desta vez, o caso diz respeito a um impasse entre setores de agricultura e uma empresa de extração de seixo rolado no município de Praia Grande.
Conforme o presidente do Comitê, Luiz Leme, a extração de seixo tem acontecido na calha dos Rios Canoa e Mampituba, por uma empresa que possui o devido licenciamento ambiental para a atividade. “A ideia é buscar, por meio de um acordo, a solução do conflito que se criou com as associações de irrigação, para que essa empresa não faça a extração muito próximo ao ponto de captação de água desses rizicultores”, explica.
Uma reunião, que também contou com a presença do presidente do Comitê gaúcho do Rio Mampituba, Alexandre Almeida, e de representantes de três associações de irrigação, foi realizada nesta quarta-feira, 9, em Praia Grande. A empresa não compareceu a esse primeiro encontro.
“Em um primeiro momento, nos reunimos com as associações para ouvir o problema que estão enfrentando, frente a necessidade de captação de água para a rizicultura. Foram repassadas instruções iniciais a serem executadas pelos envolvidos, para que o Comitê possa atuar junto e realizar uma mediação efetiva do conflito”, completa a assessora técnica do Comitê, engenheira ambiental Michele Pereira da Silva.
As associações deverão organizar certa documentação e encaminhar uma solicitação formal, para que o Comitê Araranguá possa dar início oficialmente ao processo de mediação do conflito. “Temos por objetivo conseguir acordar a gestão das atividades, para que todas possam ser executadas de uma forma coerente”, finaliza Leme.
Francine Ferreira