quarta-feira, 23 de março de 2022

Novo Marco Hídrico é debatido durante o 5º Diálogo entre Bacias

O novo Projeto de Lei (PL) 4.546/2021 que propõe a Política Nacional de Infraestrutura Hídrica e regulamenta a exploração e a prestação dos serviços hídricos no Brasil, foi apresentado e debatido nesta tarde de quarta-feira (23/03), em web conferência durante 5º Diálogo entre Bacias Hidrográficas do Extremo Sul Catarinense.

O PL, que já está no Congresso Nacional, também é conhecido como o Novo Marco Hídrico e foi apresentado pelo representante do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR), Wilson Rodrigues de Melo Júnior, e debatido pelas lideranças participantes, sendo considerado por todos, um momento importante, pela oportunidade de um representante do MDR se disponibilizar a discutir o PL com a sociedade.

O vice-presidente do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, Rodrigo Hajjar Francisco, diz que o evento foi produtivo, pois deu oportunidade dos participantes apresentarem as contraposições ao representante do MDR. “Entendo que o Ministério abraçou algumas idéias, ampliou a visão da sociedade e das entidades sobre o tema, e que isso pode engrandecer o processo como um todo”, avaliou Rodrigo. Ele ainda destacou diversos pontos do PL que necessitariam de uma discussão mais aprofundada com a sociedade, e que espera que o debate tenha levado a avanços na legislação. “Sem retrocesso, e que gestão hídrica continue de forma compartilhada, uma vez que é um bem de todos”, destacou.

Para o professor da Universidade Federal de Uberlândia, Cláudio Antônio Di Mauro, foi um momento de importância ímpar, mas ficou explícito que o PL foi elaborado de maneira autoritária. “Foi com o interesse de atender a expectativa do MDR, que é um Ministério que nada haver com área de recursos hídricos sob o ponto de vista do planejamento”, comentou o professor. Segundo ele, o PL leva em consideração exclusivamente obras, quando na verdade deveria observar obrigatoriamente a disponibilidade de água e as diferenças dos ecossistemas. “É um projeto de infraestrutura hídrica, levando em conta exclusivamente obras”, disse o professor. Segundo ele, deveria se levar em conta que estamos em ano eleitoral, e que não é o momento de votar um projeto com essas características.

Já o representante da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, em Santa Catarina, Adilson Pinheiro, chama atenção para o conceito que o PL, apresenta sobre serviços hídricos. “Pelas modificações que estão sendo feitas na legislação, o PL precisam de um debate mais aprofundado, sobre o instrumento de cessão onerosa, pois no contexto brasileiro ainda temos muito fragilidades e incerteza. Nosso sistema não está maduro o suficiente para incorporar esse tipo de instrumento de gestão”, opinou.

Para a técnica do Comitê da Bacia do Rio Araranguá e uma das organizadoras do evento, Michele Pereira da Silva, a discussão do PL é fundamental. “Precisamos entender os interesses que mobilizaram a sua elaboração de forma emergencial, quais serão os impactos que ela proporcionará aos comitês, que ainda são um espaço de debate com os diversos segmentos de usos e interesses na água. Agora é o momento crucial para o envolvimento dos representantes das organizações membros”, afirmou.

Já a técnica do Comitê da Bacia do Rio Urussanga, Rose Maria Adami, ressalta que o PL divide opiniões e levanta muitas discussões entre os integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. “As principais preocupações dos gestores são as alterações na Política Nacional de Recursos Hídricos, no que diz respeito ao fundamento em que a água precisa ser amplamente reconhecida como um bem de domínio público, não passível de comercialização”, disse.

O 5º Diálogo entre Bacias Hidrográficas do Extremo Sul Catarinense foi um evento organizado pelos Comitês das Bacias dos Rios Urussanga, Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba, com o apoio da entidade executiva AGUAR, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE). O evento foi transmitido pelo canal do Youtube do Comitê do Rio Araranguá e está disponível para acesso.


segunda-feira, 21 de março de 2022

Web conferência vai debater Projeto de Lei que institui a Política Nacional de Infraestrutura Hídrica

Os Comitês das Bacias dos Rios Urussanga, Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba realizam nesta quarta-feira (23/03) uma web conferência para debater o Projeto de Lei 4.546/2021, que institui a Política Nacional de Infraestrutura Hídrica e regulamenta a exploração e a prestação dos serviços hídricos no Brasil. O 5º Diálogo entre Bacias Hidrográficas do Extremo Sul Catarinense inicia às 14h, pela Plataforma Zoom e com transmissão no canal do Youtube do Comitê do Rio Araranguá.

O presidente do Comitê do Rio Urussanga, Fernando Damian Preve Filho, comenta que o Diálogo entre Bacias é uma metodologia que se consagrou. “É uma forma de aproximar pessoas, representações e tornar o conhecimento a respeito dos recursos hídricos mais acessíveis a toda a sociedade”, afirma. O presidente do Comitê do Rio Urussanga, ainda frisa que o tema dessa edição impactará fortemente os processos que demandam por água. “Vai impactar, praticamente, a todos nós de alguma forma. Essa capacitação foi pensada com muita responsabilidade, frente aos desafios que estão por vir. Por isso é importante a participação, sublinha.

O Secretário Executivo de Meio Ambiente da Secretaria do Estado de Desenvolvimento Sustentável de Santa Catarina, Leonardo Porto Ferreira, também deve participar, assim como representantes do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro-SC) e da Universidade Federal de Uberlândia.

O evento terá a moderação da técnica da Aguar, Rose Maria Adami, e da advogada ambiental Sara Romero Benfica. Estão previstas a participação do representante do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (FNCBH), Rodrigo Hajjar Francisco, da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro-SC), Adilson Pinheiro e do professor Cláudio Antônio Di Mauro, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Ao final das manifestações será aberto 60 minutos para os debates entre os palestrantes e respostas aos participantes. O evento iniciará precisamente às 14h e o acesso à webconferência será realizado pela Plataforma Zoom - link de entrada na reunião Zoom -O evento será transmitido pela Plataforma Zoom e também pelo YouTube no Canal do Comitê do Rio Araranguá.



 

quarta-feira, 16 de março de 2022

Conscientização dos colaboradores no uso da água foi uma das soluções apontadas para segurança hídrica na indústrias em Webconferencia

Conscientização foi uma das palavras mais presentes no último encontro do seminário de “Gestão de Recursos Hídricos e a Segurança Hídrica nas Bacias do Extremo Sul Catarinense”. Nesta quarta-feira (16/03) o tema foi debatido em torno do setor industrial, e o fator de conscientização dos colaboradores foi bastante debatido para melhorar a eficiência da gestão da água, assim como a implantação de novas tecnologias para otimizar o consumo e o reaproveitamento no processo produtivo.
Um dos setores que participaram do evento foi cerâmico, com representantes dos Grupos Dexco (donos da marcas Cecrisa e Ceusa) e Eliane, que tem unidades em Urussanga, Criciúma e Cocal do Sul. O engenheiro ambiental da DEXCO, Mainar Allgainer, apresentou as boas práticas adotadas pelo grupo, afirmando que hoje 100% da água coletada são reaproveitadas, num sistema de circuito fechado. “A massa de ‘barbotina’ (matéria prima misturada a água, antes do processamento) é feita com água reaproveitada”, exemplificou o engenheiro.

Conforme Mainar, um estudo e novas tecnologias foram implantadas a seis anos, o que resultou na eficiência do consumo e do reaproveitamento. Ele reforça que todo o processo só foi possível pela conscientização dos colaboradores para combater o desperdício da água. “Precisávamos pensar diferente e diminuir o consumo, já que estávamos num cenário de escassez”, afirmou Mainar.
A supervisora ambiental na Eliane Cerâmica, Ana Paula Meneghel Feliciano, apresentou o fluxo de captação de água das unidades de Cocal do Sul, lembrando do cenário delicado de escassez vivido nos últimos quatro anos. Segundo ela, a empresa possui um lago que pode garantir o funcionamento da empresa por dois meses sem chuva e que a unidade mais próxima do lago, já capta água da chuva.
Ela também aponta a conscientização dos colaboradores como uma grande solução, por meio do Programa de Melhoria. Programa interno, em que os colaboradores dão idéias para melhorias das práticas. Em 2021, 40 ideias foram implantadas. A vencedora da melhor ideia foi implantada no ano passado e gerou 45 mil litros de economia de água por dia. Foram mudanças simples na central de massa e na gestão de efluentes na Unidade Criciúma, que gerou uma economia de 15% mês. “Buscamos sempre trabalhar a capacitação e conscientização dos colaboradores”, disse Ana Paula.
A Malwee foi outra empresa que também participou do seminário da apresentação, e segundo a Diretora do Instituto Malwee, Lílian Taise da Silva Beduschi, o tema sempre foi uma preocupação. Em 2015 foi implantado o primeiro plano de sustentabilidade, o que resultou na redução de 36% no consumo de água. Atualmente a empresa vem traçando metas que devem ser implantadas até 2030. Em 2020, já se conseguiu a redução em 30% da utilização de água por peça, e que há a meta de zerar as substâncias restritas nos efluentes e trabalhar o reuso de água. “É desafiador trabalhar a reutilização do uso da água no setor têxtil”, afirma Ana Paula.
Para doutora em Geografia e assessora técnica da Aguar, no Comitê Urussanga, Rose Maria Adami, os Comitês das Bacias, possuem a atribuição de articular, debater e propor ações, a fim de planejar o uso da água, com os diferentes setores sociais e econômicos para a execução de boas práticas ambientais. “A parceria entre os Comitês e o setor indústria, por meio da Fiesc, é fundamental para compreender que o uso eficiente da água no processo produtivo industrial além de ser essencial para preservá-la e contribuir para a manutenção dos corpos hídricos, é de fundamental importância para a sustentabilidade econômica da empresa”, complementa.
A Webconferência ainda teve a participação do pesquisador da Fundação CERTI, Marcelo Pedroso Curtarelli; da analista ambiental da JBS de Nova Veneza, Marcela de Souza Rodrigues; e a assessora Técnica em recursos hídricos da Aguar, Rose Maria Adami, além da moderação da técnica em recursos Hídricos, Michele Pereira da Silva.
Sobre o seminário
O Seminário “Gestão de Recursos e Hídricos e a Segurança Hídrica nas Bacias Hidrográficas do Extremo Sul Catarinense” foi dividido em cinco encontros realizados ao longo dos meses de fevereiro e março deste ano.
A organização do evento é dos Comitês das Bacias dos Rios Urussanga, Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba, com o apoio da Associação de Proteção da Bacia do Rio Araranguá (AGUAR) e da Secretaria do Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina (SDE) e da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC).
O Seminário é resultado das 14 medidas de segurança hídrica pactuações realizadas em 2020, no 4º Diálogo Entre Bacias Hidrográficas do Extremo Sul Catarinense, entre os dois Comitês e quatro instituições parceiras dos setores da administração pública, do setor agropecuário, da indústria e de abastecimento de água e esgoto, a fim de adotar medidas de segurança hídrica para minimizar os efeitos da estiagem, fenômeno meteorológico recorrente em Santa Catarina, nos territórios dos 29 municípios inseridos nas três bacias hidrográficas do Extremo Sul Catarinense.

terça-feira, 15 de março de 2022

Webconferência vai debater a segurança hídrica focado na indústria

Os Comitês das Bacias dos Rios Urussanga, Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba, organizam nesta quarta-feira, dia 16, uma webconferência com o tema “Eficiência do uso de recursos hídricos no setor industrial”. A programação, que está prevista para começar às 13h30, faz parte do seminário “Gestão de Recursos Hídricos e a Segurança Hídrica nas Bacias do Extremo Sul Catarinense”, tem apoio da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), e é possível de acompanhar pelo canal do Youtube do Comitê Araranguá.

A programação prevê a participação de gestores do grupo Malwee, grupo Eliana, JBS, Dexco e Fundação Certi. A doutora em Geografia e assessora técnica do Comitê da Bacia do Rio Urussanga, Rose Maria Adami, que vai palestrar sobre o uso da água nas empresas cadastradas no Sistema de Cadastro de Usuários de Água de Santa Catarina (Siout/SC) das três bacias hidrográficas do Extremo Sul, comenta que os participantes vão apresentar soluções para o uso eficiente da água no processo produtivo, cases de boas práticas de uso de recursos hídricos nas indústrias e o compromisso com a sustentabilidade dos corpos hídricos das áreas de captação.

O presidente da câmara técnica de meio ambiente e sustentabilidade da Fiesc, José Lourival Magri, comenta que trabalhar as questões ligadas à água é fundamental para o setor produtivo. “As indústrias sabem que precisam de água nos seus processos e na transformação dos seus produtos. Esse evento que será promovido em conjunto é muito importante para buscar formas de produzir e otimizar o uso da água”, disse Magri.

A engenheira ambiental e assessora técnica do Comitê da Bacia do Rio Araranguá, Michele Pereira da Silva, que vai moderar o debate, frisa que em períodos de escassez hídrica, há dificuldades para o uso da água nos diferentes setores socioeconômicos, como água na rizicultura, e que se não pensar em soluções e buscar tecnologia, vai começar a faltar para indústria também. “Buscar soluções mais sustentáveis e positivas para o meio ambiente pode se tornar uma economia para a indústria", afirma.

Rose comentou que a parceria poderá render outras possibilidades de trabalho. “Os Comitês de Bacias da Região Hidrográfica do Extremo Sul Catarinense e a Fiesc poderão render outras possibilidades de trabalhos em conjunto, focadas no uso eficiente da água no processo produtivo e no apoio à agenda da água que a Fiesc pretende desenvolver futuramente”, disse.

quinta-feira, 3 de março de 2022

Segurança Hídrica: capacitação pede aos agricultores para “guardar a água”

Os comitês de bacias do extremo sul de Santa Catarina promoveram em parceria com a Epagri, nesta manhã de quinta-feira (03/03) um dia de campo, em uma propriedade demonstrativa, na comunidade de Itoupaba, em Araranguá. Com o tema “Segurança Hídrica no Setor Rural”, os palestrantes apresentaram técnicas para armazenamento de água.

Conforme a engenheira agrônoma e extensionista rural Luciana Ferro Schneider, a região tem uma média de chuva que varia de 1.900 a 1.300 milímetros de água por ano, só precisaria de reservatórios. “Falta de água não é. A gente perde muita água da chuva. Precisaria guardar a água de quando chove muito, para que possamos usar quando chove pouco”, afirma Luciana.

A capacitação foi uma forma de sensibilizar os agricultores, mostrando opções para guardar água nas propriedades, inclusive com incentivos do Governo do Estado, para construção de pequenos reservatórios, melhorando das taipas (os corredores que dividem as quadras nas plantações de arroz), para, principalmente, armazenar água durante o período de chuvas.

O encontro também tratou da qualidade e do uso racional da água, para que não seja devolvida aos rios com agrotóxico. Apresentou aos agricultores variedades de arroz cultivadas na propriedade e da alternativa da energia fotovoltaica. O presidente do Comitê da Bacia do Rio Urussanga e agrônomo da Epagri, Fernando Damian Preve Filho, reforçou a ideia do uso consciente da água. "Quando se trata do cultivo do arroz, se fala na questão da água, e por isso é importante conhecer novas tecnologias e chamar esses produtores para pensar na questão da reservação e do uso consciente. A Epagri reforça essas ideias dos Comitês de bacias hidrográficas, e vem buscando difundir”, comentou o presidente.

“A gente quer que os produtores tenham estabilidade financeira econômica, e que esse fator não seja a falta de água. Já que a distribuição da água das chuvas não ocorre de forma uniforme, há momentos de escassez e de maior precipitação”, reforçou Fernando.
O encontrou foi realizado numa propriedade familiar, que é uma Unidade de Referência Técnica (URT), utilizada como propriedades que possuem lavouras demonstrativas abertas ao público, em parceria com a Epagri. Foram apresentadas aos produtores sobre as variedades de arroz que Epagri oferece.



quarta-feira, 2 de março de 2022

Segurança Hídrica no Setor Rural é o tema da capacitação promovido pelos comitês de bacia do extremo sul nesta quinta-feira (03/03)

Os comitês de bacias do extremo sul de Santa Catarina promovem nesta quinta-feira (03/03) no período da manhã (7h45 às 10h30) um dia de campo, com o tema Segurança Hídrica no Setor Rural, que será desenvolvido em parceria com a Epagri. A atividade será presencial em uma propriedade na comunidade de Itoupaba, em Araranguá e é a quarta capacitação de um ciclo de palestras que trata do tema.

Conforme a engenheira agrônoma e extensionista rural Luciana Ferro Schneider, o encontrou tem previsão de cerca de duas horas de duração, tratando das boas práticas para uso da água e das políticas públicas do estado de Santa Catarina neste sentido que são desenvolvidas pela Epagri.

“Vamos tratar dos cultivares de arroz irrigado da Epagri, de energia fotovoltaica, das políticas publicas”, afirma Luciana. Ela ainda lembra que vão ser falar em financiamento e dos incentivos para a reserva de água. “Há recurso para fazer reservatórios, reforços de taipa e vamos tratar dos sistemas de drenagem, para que eles tenham cuidado em soltar água com herbicidas nos rios”, disse Luciana.

Agenda de capacitações

A ação desta quinta-feira (03/03) é promovida pelos Comitês das Bacias dos Rios Urussanga, Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba. No dia 16 de março, será a vez do setor industrial debater o tema da eficiência do uso dos recursos hídricos, em evento desenvolvido em parceria com a Fiesc em webconferência.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Implantação do Marco Regulatório de Saneamento foi tema de evento promovido pelos comitês de bacias do Extremo Sul


Em webconferência, nesta quinta-feira (24/02), promovido pelos Comitês das Bacias dos Rios Urussanga, Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba, no Extremo Sul de Santa Catarina, reuniram agências reguladoras, Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina e empresas privadas que trabalham com saneamento de água e esgoto para debater os desafios da “Implantação do Marco Regulatório de Saneamento e a Segurança Hídrica”.

O evento durou cerca de três horas e meia, reunindo técnicos que debateram a questão por vários pontos de vista. Transmitido pela internet, contou com a participação de pessoas dos estados de São Paulo, Rondônia, além de Santa Catarina e faz parte de uma das seis capacitações do evento denominado “Gestão de Recursos Hídricos e a Segurança Hídrica nas Bacias Hidrográficas do Extremo Sul Catarinense”.

Após as palestras, foi promovido um debate virtual. O presidente da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba, o engenheiro Lourenço Paim Zanette, que atuou como mediador, disse que o saneamento deve ser tratado com seriedade pelas entidades responsáveis por sua implementação e pela sociedade em geral. Segundo ele, durante a elaboração do plano de recursos hídricos da bacia do rio Mampituba, foi um tema tratado com prioridade. “Vi os olhos brilhando das pessoas que debateram o tema durante a elaboração do Plano".

O gerente de Saneamento da Secretaria Executiva do Meio Ambiente (SEMA), Frederico Gross, destacou o prazo estabelecido na meta de universalização, previsto na Lei 14.026, o chamado novo marco regulatório do saneamento, onde até 3 de dezembro 2033, 99% da população deve ter acesso a água potável e de 90% de coleta e tratamento de esgoto.

Na mesma linha, a gerente de Fiscalização na Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (ARESC), Luíza Kaschny Borges, lembrou que o grande objetivo do novo marco regulatório do saneamento é trazer a universalização do acesso ao saneamento de água e esgoto, pois hoje 35 milhões de brasileiros não possuem acesso à água e a 100 milhões não têm tratamento de esgoto.

O superintendente do Consórcio Intermunicipal de Saneamento Ambiental (CISAM-SUL), Antônio Willemann, relatou a visita do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC), ocorrida há dois anos, onde solicitou não só a fiscalização, mas também a orientação aos municípios. “Eles nos pediram para capacitar, para poder cobrar melhor”, afirmou. Conforme Willemann, foram criadas metodologias para acompanhamento dos planos municipais de saneamento. “Nós tivemos que criar normativas para avaliar os planos e notificar os planos mal elaborados, pedindo revisão”, relatou.

Encerrando as falas palestras, o diretor de Concessão e Expansão do Grupo Atlantis, Tiago Eyng, tratou do tema, na ótica das empresas privadas. Hoje a Atlantis atua em três Estados e 23 municípios. Na bacia do rio Araranguá atua no município de Sombrio e na bacia do Urussanga nos municípios de Jaguaruna e Morro da Fumaça. Ele reforçou o dado de que cada real investido, reflete em quatro reais economizados na área da saúde. Um dos grandes desafios apontado por Tiago, é a formação mão de obra, já que muitos profissionais são formados no dia a dia. “É um gargalo que precisamos avançar. Precisamos formar mais profissionais para alcançar essas metas que são mais arrojadas”, declarou.

Tiago ainda apontou números sobre as perdas de água. A média nacional de desperdício é de 40%, sendo a região Norte a que tem o maior número, com 51,2%, e a região Sul com 36,7%. “Qual empresa sobrevive com 40, 30 ou 20% de perda de produção?”, provoca Tiago, dizendo que a meta é chegar a 25% de perdas até 2033.

A webconferência, assim como as demais palestras realizadas no evento “Gestão de Recursos Hídricos e a Segurança Hídrica nas Bacias Hidrográficas do Extremo Sul Catarinense”, estão disponíveis no canal do Comitê Araranguá no Youtube.

Programação

Além da webconferência que debateu o Novo Marcos de Saneamento, nesta quinta-feira (24/02) ainda foi realizada a terceira capacitação prevista que tratou da importância outorga do uso de água. O encontrou foi realizado de forma híbrida, sendo que a parte presencial aconteceu na sede da defesa civil de Araranguá, ministrado pela engenheira ambiental Michele Pereira da Silva.

Na próxima semana, dia três de março, acontecerá a quarta capacitação com o tema “Segurança hídrica no setor rural”. Essa será numa propriedade rural atendida pela Epagri. No dia 16 de março, será a vez do setor industrial debater o tema da eficiência do uso dos recursos hídricos, em evento desenvolvido em parceria com a Fiesc em webconferência.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Gestão da Água será tema de palestra promovida pelos comitês de bacias do extremo sul

Em tempos de escassez hídrica, a gestão do uso da água se mostra importante para que as atividades econômicas não sofram algum prejuízo. Principalmente na região sul de Santa Catarina, onde a safra do arroz, principal atividade agrícola, coincide com a falta de chuva. Na quinta-feira, dia 24, no período da tarde, uma palestra presencial e gratuita vai discutir o tema.

A importância outorga do uso de água, um instrumento de gestão regulamentado pela Lei Federal nº 9433/97 que permite aos Comitês de Bacias reconhecerem quem, quanto e onde as águas são utilizadas, com o objetivo de manter a proteção dos recursos naturais, atender as necessidades de as atividades econômicas e principalmente manter o abastecimento para uso humano.

Conforme a engenheira ambiental, técnica do Comitê da Bacia do Rio Araranguá e dos Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba, Michele Pereira da Silva, a outorga garante que em períodos críticos se tem água o suficiente para atender a demanda.

Ela exemplifica com o caso ocorrido no Rio Manuel Alves, entre os anos de 2016 e 2018. Quando iniciou o trabalho de cadastro de outorga, percebeu que não haveria água o suficiente. “Iniciamos o processo de outorga com 8.000 m³ por hectare para a safra para o arroz. Quando requerimentos de outorga foram protocolados na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável, se percebeu que a disponibilidade hídrica era inferior a demanda e não seria possível atender a todos”, explica Michele.

Para garantir o atendimento, utilizou-se alguns estudos da Epagri que apresenta a vazão aproximada que é utilizada na região, e que o volume outorgado poderia ser reduzido para 6.000 m³. “É um valor que não comprometeria os recursos hídricos e nem prejudicaria a qualidade da safra do arroz”, relata.

Evento vai debater o tema

Na quinta-feira, dia 24, uma palestra presencial e gratuita promovida pelos Comitês das Bacias dos Rios Urussanga, Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba vai discutir sobre a importância do tema, e serão realizados cadastros no sistema SIOUT (Sistema de Outorga de Santa Catarina), onde são solicitadas a outorga de uso da água em Santa Catarina. O evento será na sede da defesa civil de Araranguá, e começa às 13h30, com previsão de término às 17h30.

O evento também será transmitido online pelo canal no Youtube do Comitê Araranguá. Conforme Michele, por meio da outorga é possível se realizar um planejamento do uso dos recursos hídricos, sabendo quem está usando, quando e quanto está sendo usado, onde é feita a captação e os lançamentos desses recursos.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Segurança Hídrica: Comitês de Bacias trabalham no planejamento das reservas

Com o calor e estiagem que atinge o Estado de Santa Catarina as atenções ficam voltadas para reservas de água e a possibilidade de descontinuidade no abastecimento. O presidente do Comitê de Bacia do Rio Urussanga, Fernando Damian Preve Filho, alerta que “é preciso estocar água”.

A situação na região da AMREC e da AMESC é relativamente tranquila, muito pela barragem do Rio São Bento, que hoje está com 98% da armazenagem. ”A barragem garantiu uma segurança bem boa. Se não fosse ela, mesmo fora do período de estiagem, teríamos problemas”, avalia o presidente do comitê de Bacia do Rio Araranguá, Lourenço Pain Zanette, que aconselha o planejamento.

coordenador regional da defesa civil, Rosinei da Silveira, que atende toda a região sul do Estado, o único local que apresentou problemas com desabastecimento foi o município de Içara, nas regiões onde não há rede de água tratada. “Estamos em situação sob controle. Não há risco de desabastecimento urbano. A barragem tem água para abastecimento, mas é de bom grado o consumo consciente de água, já que o próximo mês indica que teremos chuvas abaixo da média”, alerta Rosinei.

O mesmo conselho de uso consciente é reforçado pelo presidente do Comitê do Rio Urussanga, Fernando Damian Preve Filho, principalmente nas comunidades atendidas pela bacia. “Exige mais cuidado, prudência e controle”, alerta Fernando. Segundo ele, na região da Linha Anta e Linha Torres, não há reserva suficiente que garanta atividade rural, principalmente arroz irrigado. “Com as últimas chuvas houve uma condição de alívio. Mas é fundamental a necessidade dos produtores rurais se precaver com áreas que possam armazenar água”, afirma o presidente.

Fernando ainda dá o exemplo do estado do Rio Grande do Sul, onde há cerca de 3 milhões em áreas de plantio, mas só se planta em torno de 1 milhão, justamente pela falta de água. “Não adianta terra agricultável, sem água. Para que essas plantas cresçam e se desenvolvam. É importante guardar água”, garante.

Falta de água e os prejuízos em Içara


O coordenador da Defesa Civil de Içara, Vitor Cardoso Dutra, relata que até o momento o município viabilizou um caminhão pipa com a parceria com uma empresa do município (COPAZA), que abasteceu um total de 570 mil litros de água para cerca de 120 famílias. O relatório de perdas da Epagri, aponta que até o momento o prejuízo estimado de quase 16 milhões na agricultura, na safra do milho, da soja, do arroz e na produção de leite.

Prejuízos

O relatório de perdas aponta que até o momento já se perdeu 30% da primeira safra de milho, com um prejuízo estimado de R$ 12,15 milhões, afetando 400 produtores.

Na soja foram perdidos 10% da primeira safra, totalizando prejuízo de R$ 637,500 mil, com 150 produtores afetados.

No arroz foram 20% da produção perdida, com prejuízos de R$ 3,102 milhões e 10 produtores afetados.

Na produção de leite foram 10%, acarretando em R$ 36 mil de prejuízo, e afetando 20 produtores. Conforme relatório Epagri, o valor total estimado é de R$ 15.925.500,00.

O município já vem implantando estratégias de abastecimento às famílias e propriedades agrícolas atingidas pela estiagem.


Conforme Vitor, o município já acionou a Defesa Civil e a Secretaria de Agricultura. A solicitação é para tentar viabilizar recursos para adquirir equipamentos como kit bomba de água para abastecermos o interior, assim como a elaboração de um projeto de montagem de captação de água da chuva para cisternas.

Cocal do Sul buscou alternativas

O município de Cocal do Sul chegou a decretar situação emergência em maio de 2020, pelo longo período de estiagem, que provocou desabastecimento urbano no município. O município precisou investir no armazenamento de água e alternativas para voltar a sofrer com o problema.

Em 2021, fez a ampliação de caixas de armazenamento de água no Loteamento Jatobá e na Vila Nova, próximo ao Rio Galo, assim como na comunidade de Rio Perso, que também atende uma comunidade do Urussanga. “Nós investimos em uma máquina de osmose reversa, que filtra as águas do subsolo do município”, explica o prefeito Fernando de Faveri. “Temos um problema de excesso de florita, o que ocasionando a florose”, justifica o prefeito, dizendo que o investimento na máquina foi próximo a R$ 1 milhão.

Para esse ano, o Cocal do Sul planeja trabalhar ainda mais no armazenamento da água. Um projeto pretende trabalhar a captação de água no Rio Barbosa, com a caixa d’água, de 1.3 mil litros e ainda a ampliação em 40% na área de armazenamento da represa da Linha Ferreira Pontes.


Barragem do Rio São Bento garante o abastecimento na região

Os municípios atendidos pela CASAN na região os Sistemas de Abastecimento operam normalmente. A garantia está relacionada à oferta de água da Barragem do São Bento.

Inaugurada em 2006, é o maior reservatório de água da região Sul de Santa Catarina, com um lago artificial de 450 hectares (equivalente a quase 500 campos de futebol) e que atende os municípios de Siderópolis, Criciúma, Forquilhinha, Maracajá, Içara, Nova Veneza e Morro da Fumaça.

Investimentos

A CASAN vem investindo para garantir a segurança hídrica com a construção da nova adutora projetada para levar água bruta da Barragem do Rio São Bento até a Estação de Tratamento de Água São Defende, em Criciúma. A obra ampliará em 50% a produção de água para abastecimento dos municípios atendidos por esse sistema integrado.

O Planejamento Hídrico para a região também prevê a ampliação da Estação de Tratamento de Água São Defende e da reservação de água, com a instalação de novos reservatórios.

sábado, 5 de fevereiro de 2022

“Gestão de Recursos e Hídricos e a Segurança Hídrica nas Bacias Hidrográfica do Extremo Sul Catarinense”

Os Comitês das Bacias dos Rios Urussanga, Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba (RH do Atlântico Sul), Extremo Sul de Santa Catarina, convidam para o evento chamado “Gestão de Recursos e Hídricos e a Segurança Hídrica nas Bacias Hidrográfica do Extremo Sul Catarinense”, composto de cinco (5) webconferências.

Agende-se para os eventos:

A 1ª Capacitação “Segurança Hídrica nos Territórios Municipais” ocorrerá dia 09 de fevereiro, das 13h30min às 16h30min, por videoconferência.

Inscrições para os eventos clique aqui.



sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Comitês Araranguá e Urussanga, debatem com a Fiesc, capacitação para otimização da água junto às indústrias


A Aguar, entidade que presta apoio administrativo, técnico, logístico e operacionalmente aos Comitês de Bacias dos Rios Urussanga, Araranguá e afluentes catarinenses do Mampituba, realizou uma reunião on-line na última semana (dia 28) junto aos representantes da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), para organizar uma capacitação que será realizada em parceria com a Instituição.

A capacitação com os representantes das indústrias tem data prevista para ser realizada em março e terá como objetivo incentivar a implantação de tecnologias mais eficientes no consumo de água na indústria, otimizando o processo produtivo.

Na avaliação da técnica do Comitê da Bacia do Rio Urussanga, Rose Adami, a parceria com a Fiesc é de suma importância para os Comitês. “A otimização da água no processo produtivo é uma prática bastante discutida pelas indústrias de diversos países, inclusive no Brasil. Principalmente pela redução da disponibilidade de água de boa qualidade nos corpos hídricos”, avaliou Rose.

A capacitação faz parte de seis eventos que serão realizados nos meses de fevereiro e março, com os segmentos da população das bacias, usuários de água e órgãos administrativos estaduais. “Os eventos têm como objetivos atender a população das três bacias hidrográficas, representados pelas secretarias municipais e fundações de meio ambiente, técnicos da EPAGRI, universidades, concessionárias de água e esgoto e a sociedade civil”, explica a técnica do Comitê da Bacia do Rio Araranguá, Michele Pereira da Silva.

Estiveram no encontrou além das técnicas da Aguar, o presidente da câmara técnica de meio ambiente e sustentabilidade da FIESC, José Lourival Magri; o consultor da FIESC, Fabricio Vieira; a contadora da Aguar, Eli Pereira; a colaboradora do Comitê Urussanga, Graziela Elias, e o Assessor de Imprensa, Antonio Rozeng. 

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Comitê divulgam agenda das assembleias para 2022

O Comitê de bacia do Rio Araranguá e afluentes do Mampituba divulgam agendas das assembleias ordinárias para esse ano, de 2022. Pela agenda a primeira acontecerá no dia 24 de março. Depois, no dia 21 de julho e a terceira em novembro, no dia 17.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Aguar planeja capacitações com a temática da segurança hídrica


As técnicas da Associação de Proteção da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá (AGUAR), Michele Pereira da Silva e Rose Maria Adami, estiveram reunidas durante o mês de janeiro para organização e planejamento das capacitações em segurança hídrica, que devem acontecer no decorrer dos meses de fevereiro e março, nos formatos presencial e webconferência, envolvendo os setores da administração pública, do setor agropecuário, da indústria e de abastecimento de água e esgoto.

A Aguar, entidade que presta apoio administrativo, técnico, logístico e operacionalmente aos Comitês das Bacias dos Rios Urussanga, Araranguá e Afluentes Catarinenses do Mampituba, pretende debater o tema por outras perspectivas, ou seja, em forma de evento chamado “Gestão de Recursos e Hídricos e a Segurança Hídrica”. O evento será dividido em cinco capacitações, compostas de uma capacitação presencial, uma no formato hídrido (presencial e por webconferência) e quatro webconferências, voltadas às prefeituras e fundações de meio ambiente; às agências reguladoras, concessionárias e empresas de abastecimento de água e esgoto; à agricultura e pecuária; e ao setor industrial.

Para fechar o evento, próxima da data alusiva ao Dia Mundial da Água, ocorrerá o 5º “Diálogo Entre Bacias Hidrográficas do Extremo Sul Catarinense”, também por videoconferência, que este ano tratará sobre “Os Desafios da Gestão de Recursos Hídricos Frente à possível Implantação do Projeto de Lei nº 4.546/2021”, que propõe uma Política Nacional de Infraestrutura Hídrica, com vistas à organização da exploração e a prestação dos serviços hídricos no Brasil.