quarta-feira, 29 de abril de 2020

Estiagem em Santa Catarina deve durar pelo menos até junho


Na região da Bacia do Rio Araranguá já há município que declarou estado crítico de condições de abastecimento urbano


Foto: Lucas Bellettini
Santa Catarina vem registrando redução do volume de chuvas desde junho de 2019. Para agravar a situação, os primeiros meses de 2020 - de janeiro a março - tiveram precipitações abaixo da média histórica. E as previsões referentes a duração da estiagem no Estado não são animadoras. Uma nota técnica elaborada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE) e pela Secretaria Executiva de Meio Ambiente (SEMA), divulgada no último sábado, dia 25, aponta que a situação crítica deverá se manter por, no mínimo, mais três meses, até junho.

A Bacia do Rio Araranguá foi uma das áreas de Santa Catarina que apresentou agravamento na situação da estiagem. Foi o que apontou o Boletim Hidrometeorológico Integrado de Santa Catarina, divulgado no dia 13 de abril de 2020. Dentro das Bacia do Rio Araranguá, os municípios de Turvo e Ermo declararam estado crítico e de alerta, respectivamente, em relação às condições de abastecimento urbano.

“A prioridade será o abastecimento humano e a dessedentação dos animais. Temos receios do surgimento de muitos conflitos pelo uso da água, mas neste momento cada um precisa fazer a sua parte”, afirmou o presidente do Comitê da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba, Luiz Leme.

De acordo com dados Epagri/Ciram, anomalias negativas de precipitação mensal acumulada do período entre maio de 2019 a abril de 2020 variaram em todo o Estado. No Litoral Sul esse número foi de -330,6. A sequência de meses com baixo volume de chuva tem afetado não só o abastecimento urbano, mas também a geração de energia e a agricultura de Santa Catarina.

De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), nos primeiros meses de 2020 foi gerada apenas 39% da energia hidrelétrica tendo em vista o mesmo período no ano de 2019 no Estado. Já a Epagri/CEPA, aponta que as principais lavouras afetadas são as de milho, silagem, feijão e soja. As perdas na cultura de feijão chegam a 60% em municípios do Meio Oeste, por exemplo.

“Na Bacia do Rio Araranguá, a rizicultura é a maior usuária de água. Felizmente este setor não está fazendo uso dos recursos hídricos neste momento. Porém, pode ser prejudicado no futuro, porque os preparos do solo começam em julho e não sabemos se até lá estará normalizado”, acrescentou Leme.

Economizar e armazenar

E todos podem colaborar para amenizar o problema. A orientação é bom senso e conscientização. É economizar a água e não fazer o uso para atividades notadamente promotoras do desperdício. A engenheira ambiental e assessora técnica do Comitê Araranguá, Michele Pereira da Silva, lembra ainda que o Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Araranguá já adianta a necessidade da implantação de reservatórios de água na região.

“Existe a preocupação com a reservação hídrica de pequenos e médios barramentos e açudes para a área rural. Outra forma é o reuso e captação de água em área urbana. Com essa previsão de pouca chuva para os próximos três meses, vamos ter que praticamente fazer com que as pessoas armazenem água para a próxima lavoura de arroz na Bacia do Rio Araranguá”, alertou Michele.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Comitê Araranguá recebe doação de 350 mudas de palmito


Plantas serão distribuídas para produtores de Forquilhinha e Nova Veneza e plantadas em áreas de preservação



O Comitê da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba uma doação de 350 mudas de palmito. As plantas foram encaminhadas ao comitê como compensação de um licenciamento particular para uma supressão de vegetação, aprovado pelo Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). Os palmitos foram levados ao Projeto Ingabiroba e serão plantados em áreas de preservação permanente e, parte deles, no enriquecimento de terras já plantadas.

“Estamos distribuindo para agricultores das cidades de Nova Veneza e Forquilhinha. Aproximadamente 170 mudas já foram repassadas aos produtores. É importante destacar também o interesse deles em receber essas plantas para fazer o plantio, demonstrando a preocupação com as áreas de preservação permanente, recuperação de zonas de plantio e locais de nascentes”, destacou o vice-presidente do Comitê Araranguá, Sérgio Marini.

Ele destaca ainda os benefícios da manutenção das vegetações para a preservação dos rios. “Protege a erosão do solo. Impede que as águas com turbidez cheguem aos mananciais e que sedimentos sejam levados para dentro dos rios, causando assoreamento. Além de diminuir a temperatura do ambiente e das águas, melhorar a qualidade do ar e servir de abrigo para a fauna e flora”, disse Marini.

O Projeto Ingabiroba

O projeto Ingabiroba é uma iniciativa que começou em 2009 em Nova Veneza e Forquilhinha, onde produtores agrícolas recebem incentivos para disponibilizarem áreas para recuperação ambiental, através do plantio de mudas. Já alcançando outras cidades do sul catarinense, a ação é coordenada pela Associação Catarinense de Irrigação e Drenagem, com apoio do Comitê Araranguá, Epagri e Associação de Proteção da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá (AGUAR).

terça-feira, 21 de abril de 2020

Comitês Araranguá e Urussanga alinham estratégias para realização de capacitação online

Primeiro curso à distância está agendado para acontecer no dia 30 de abril


Enquanto a quarentena persiste em Santa Catarina, o Comitê da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba segue planejando suas atividades de forma remota. O grupo realizou reunião online para alinhar as estratégias que serão utilizadas para a realização de capacitação à distância, inicialmente marcada para o dia 30 de abril. 

O encontro virtual contou ainda com a participação dos membros do Comitê da Bacia do Rio Urussanga e da coordenação da Associação de Proteção da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá (AGUAR), já que a capacitação será organizada pelos dois comitês. 

O tema apresentado para ser abordado no curso foi “A gestão dos recursos hídricos integrada ao processo de licenciamento ambiental”. A proposta foi aprovada na reunião e as assessorias técnicas dos comitês irão realizar a adequação do tempo de capacitação, visando o melhor aproveitamento dos conteúdos que serão tratados.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Comitê Araranguá adere às capacitações e deliberações online




Reuniões dos membros via internet durarão até o fim do isolamento social em Santa Catarina

Desde o dia 17 de março, o Comitê da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba suspendeu suas atividades presenciais. A medida foi necessária em cumprimento ao decreto do Governo de Santa Catarina, que determinou isolamento social no Estado para o controle da Covid-19. E para dar continuidade ao calendário anual dos trabalhos e ações, o comitê, a partir deste mês de abril, irá aderir às reuniões e capacitações online.


Em reunião virtual, com a participação coordenação da Associação de Proteção da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá (AGUAR), a diretoria e a equipe técnica do Comitê Araranguá aprovaram a proposta de efetuar deliberações e treinamentos de forma remota, contando com o auxílio da tecnologia.

“A gestão dos recursos hídricos também precisa se adaptar a este novo momento. Estamos encontrando uma forma para que os membros possam participar das nossas ações e o comitê consiga deliberar suas demandas”, explicou a engenheira ambiental e assessora técnica do Comitê Araranguá, Michele Pereira da Silva.

A primeira experiência será em uma capacitação com profissionais das secretarias e fundações de meio ambiente e setores conjuntos dos municípios que fazem parte da Bacia do Rio Araranguá. O modelo já foi avalizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina (SDE).

“Em um primeiro momento devemos fazer essa capacitação online. E ela servirá de testes para outras decisões que vamos precisar tomar mais para frente de forma virtual. Essa vai ser a tônica dos trabalhos enquanto perdurar as determinações de isolamento social no Estado”, afirmou o presidente do Comitê Araranguá, Luiz Leme.

O modelo de compromissos online foi ainda aprovado pela AGUAR, como confirmou a coordenadora Cenilda Mazzuco. “A nossa reunião para definir essas estratégias já foi online. O resultado foi muito bom e provou que o uso dessa ferramenta facilita o desenvolvimento dos trabalhos e a participação dos envolvidos de qualquer lugar”, completou Cenilda. 

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Agricultura da região Sul também é impactada pela estiagem


Na Bacia do Rio Araranguá, rios e lagoas estão com níveis abaixo da normalidade


Agricultores da região Sul de Santa Catarina estão preocupados com a estiagem que atinge todo o Estado. Nos municípios que fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá os níveis dos rios e lagoas estão abaixo da normalidade. A pouca quantidade de chuva, além de prejudicar os mananciais, tem gerado impactos negativos na irrigação da agricultura.


Conforme informou a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o Estado vem sofrendo com as estiagens desde junho de 2019. Nos municípios do Sul, a redução dos índices pluviométricos já atingiu a produção de arroz e agora afeta outras culturas.
“Durante o cultivo do arroz, os rizicultores sofreram mais. Agora, como já está em época de colheita, eles não estão mais precisando de água. Os que estão sendo prejudicados são a pecuária, devido a irrigação das pastagens e culturas como feijão, milho”, destacou o vice-presidente do Comitê da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba, Sérgio Marini.

Os reflexos das estiagens nas lavouras do Sul também são ressaltados pelo gerente regional da Epagri, Edson Borba. “O Sul do Estado ainda foi uma das regiões menos afetadas desde o ano passado. Da metade de fevereiro, até março foi quando tivemos o período mais crítico de chuvas. Porém as pastagens estão perdendo um pouco a qualidade agora, então o agricultor precisa complementar com suplementação para os animais e também podemos destacar os locais com produção de hortaliças, onde não tem irrigação”, disse.

Outra cultura impactada é o Maracujá. “A última florada, no mês março, acabou sendo prejudicial nas lavouras por conta da falta de chuva, causando queda na produção. Aliado a isso, os produtores de maracujá vêm enfrentando com as restrições relacionadas com a Covid-19. Diminuiu o consumo do produto que ia muito para São Paulo”, acrescentou Borba.

Incentivo a reservação de água

Marini lembra que os produtores estão preocupados com os índices pluviométricos estipulados para o resto do ano. “Neste momento ainda falta quatro meses para iniciar uma nova safra do arroz, por exemplo, que é o maior usuário de água da bacia. Diante de uma previsão de baixo índice de chuva para os próximos meses, estamos orientando os produtores para fazer reservação de água, principalmente nas propriedades. Os agricultores precisam ficar atentos a escassez de chuva”, afirmou o vice-presidente do Comitê Araranguá.

 Para incentivar a reservação de água e diminuir os impactos das estiagens nas produções, Borba reforçou a indicação para os agricultores acessarem o Projeto Irrigar. Por meio do programa, o Governo de Santa Catarina subsidia os juros para operações de até R$ 30 mil para a construção de estruturas de armazenamento de água e equipamentos para irrigação dentro das propriedades.

“O agricultor pode contratar o financiamento e o Governo do Estado paga até 4,5% de juros ao ano. Os juros do Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar) são da ordem de 3% a 4,5%. Para a maioria dos nossos agricultores, a operação vai ficar praticamente juro zero. Para os demais produtores, o governo paga até 4,5%, e eles terão aproximadamente 2% de juro, dependendo da operação”, completou o gerente regional da Epagri.