Na Bacia do Rio
Araranguá, rios e lagoas estão com níveis abaixo da normalidade
Agricultores da região Sul de Santa Catarina estão
preocupados com a estiagem que atinge todo o Estado. Nos municípios que fazem
parte da Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá os níveis dos rios e lagoas estão
abaixo da normalidade. A pouca quantidade de chuva, além de prejudicar os
mananciais, tem gerado impactos negativos na irrigação da agricultura.
Conforme informou a Empresa de Pesquisa Agropecuária e
Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o Estado vem sofrendo com as
estiagens desde junho de 2019. Nos municípios do Sul, a redução dos índices
pluviométricos já atingiu a produção de arroz e agora afeta outras culturas.
“Durante o cultivo do arroz, os rizicultores sofreram mais.
Agora, como já está em época de colheita, eles não estão mais precisando de
água. Os que estão sendo prejudicados são a pecuária, devido a irrigação das
pastagens e culturas como feijão, milho”, destacou o vice-presidente do Comitê
da Bacia do Rio Araranguá e Afluentes Catarinenses do Rio Mampituba, Sérgio
Marini.
Os reflexos das estiagens nas lavouras do Sul também são
ressaltados pelo gerente regional da Epagri, Edson Borba. “O Sul do Estado
ainda foi uma das regiões menos afetadas desde o ano passado. Da metade de
fevereiro, até março foi quando tivemos o período mais crítico de chuvas. Porém
as pastagens estão perdendo um pouco a qualidade agora, então o agricultor
precisa complementar com suplementação para os animais e também podemos
destacar os locais com produção de hortaliças, onde não tem irrigação”, disse.
Outra cultura impactada é o Maracujá. “A última florada, no
mês março, acabou sendo prejudicial nas lavouras por conta da falta de chuva,
causando queda na produção. Aliado a isso, os produtores de maracujá vêm
enfrentando com as restrições relacionadas com a Covid-19. Diminuiu o consumo
do produto que ia muito para São Paulo”, acrescentou Borba.
Incentivo a
reservação de água
Marini lembra que os produtores estão preocupados com os
índices pluviométricos estipulados para o resto do ano. “Neste momento ainda falta quatro meses para iniciar uma
nova safra do arroz, por exemplo, que é o maior usuário de água da bacia.
Diante de uma previsão de baixo índice de chuva para os próximos meses, estamos
orientando os produtores para fazer reservação de água, principalmente nas
propriedades. Os agricultores precisam ficar atentos a escassez de chuva”,
afirmou o vice-presidente do Comitê Araranguá.
Para incentivar a
reservação de água e diminuir os impactos das estiagens nas produções, Borba
reforçou a indicação para os agricultores acessarem o Projeto Irrigar. Por meio
do programa, o Governo de Santa Catarina subsidia os juros para operações de
até R$ 30 mil para a construção de estruturas de armazenamento de água e
equipamentos para irrigação dentro das propriedades.
“O agricultor pode
contratar o financiamento e o Governo do Estado paga até 4,5% de juros ao ano.
Os juros do Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar) são da
ordem de 3% a 4,5%. Para a maioria dos nossos agricultores, a operação vai
ficar praticamente juro zero. Para os demais produtores, o governo paga até
4,5%, e eles terão aproximadamente 2% de juro, dependendo da operação”,
completou o gerente regional da Epagri.
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