A situação na região da AMREC e da AMESC é relativamente tranquila, muito pela barragem do Rio São Bento, que hoje está com 98% da armazenagem. ”A barragem garantiu uma segurança bem boa. Se não fosse ela, mesmo fora do período de estiagem, teríamos problemas”, avalia o presidente do comitê de Bacia do Rio Araranguá, Lourenço Pain Zanette, que aconselha o planejamento.
O coordenador regional da defesa civil, Rosinei da Silveira, que atende toda a região sul do Estado, o único local que apresentou problemas com desabastecimento foi o município de Içara, nas regiões onde não há rede de água tratada. “Estamos em situação sob controle. Não há risco de desabastecimento urbano. A barragem tem água para abastecimento, mas é de bom grado o consumo consciente de água, já que o próximo mês indica que teremos chuvas abaixo da média”, alerta Rosinei.
O mesmo conselho de uso consciente é reforçado pelo presidente do Comitê do Rio Urussanga, Fernando Damian Preve Filho, principalmente nas comunidades atendidas pela bacia. “Exige mais cuidado, prudência e controle”, alerta Fernando. Segundo ele, na região da Linha Anta e Linha Torres, não há reserva suficiente que garanta atividade rural, principalmente arroz irrigado. “Com as últimas chuvas houve uma condição de alívio. Mas é fundamental a necessidade dos produtores rurais se precaver com áreas que possam armazenar água”, afirma o presidente.
Fernando ainda dá o exemplo do estado do Rio Grande do Sul, onde há cerca de 3 milhões em áreas de plantio, mas só se planta em torno de 1 milhão, justamente pela falta de água. “Não adianta terra agricultável, sem água. Para que essas plantas cresçam e se desenvolvam. É importante guardar água”, garante.
Falta de água e os prejuízos em Içara
O coordenador da Defesa Civil de Içara, Vitor Cardoso Dutra, relata que até o momento o município viabilizou um caminhão pipa com a parceria com uma empresa do município (COPAZA), que abasteceu um total de 570 mil litros de água para cerca de 120 famílias. O relatório de perdas da Epagri, aponta que até o momento o prejuízo estimado de quase 16 milhões na agricultura, na safra do milho, da soja, do arroz e na produção de leite.
Prejuízos |
O relatório de perdas aponta que até o momento já se perdeu 30% da primeira safra de milho, com um prejuízo estimado de R$ 12,15 milhões, afetando 400 produtores. Na soja foram perdidos 10% da primeira safra, totalizando prejuízo de R$ 637,500 mil, com 150 produtores afetados. No arroz foram 20% da produção perdida, com prejuízos de R$ 3,102 milhões e 10 produtores afetados. Na produção de leite foram 10%, acarretando em R$ 36 mil de prejuízo, e afetando 20 produtores. Conforme relatório Epagri, o valor total estimado é de R$ 15.925.500,00. O município já vem implantando estratégias de abastecimento às famílias e propriedades agrícolas atingidas pela estiagem. |
Conforme Vitor, o município já acionou a Defesa Civil e a Secretaria de Agricultura. A solicitação é para tentar viabilizar recursos para adquirir equipamentos como kit bomba de água para abastecermos o interior, assim como a elaboração de um projeto de montagem de captação de água da chuva para cisternas.
Cocal do Sul buscou alternativas
O município de Cocal do Sul chegou a decretar situação emergência em maio de 2020, pelo longo período de estiagem, que provocou desabastecimento urbano no município. O município precisou investir no armazenamento de água e alternativas para voltar a sofrer com o problema.
Para esse ano, o Cocal do Sul planeja trabalhar ainda mais no armazenamento da água. Um projeto pretende trabalhar a captação de água no Rio Barbosa, com a caixa d’água, de 1.3 mil litros e ainda a ampliação em 40% na área de armazenamento da represa da Linha Ferreira Pontes.
Barragem do Rio São Bento garante o abastecimento na região
Os municípios atendidos pela CASAN na região os Sistemas de Abastecimento operam normalmente. A garantia está relacionada à oferta de água da Barragem do São Bento.
Inaugurada em 2006, é o maior reservatório de água da região Sul de Santa Catarina, com um lago artificial de 450 hectares (equivalente a quase 500 campos de futebol) e que atende os municípios de Siderópolis, Criciúma, Forquilhinha, Maracajá, Içara, Nova Veneza e Morro da Fumaça.
Investimentos
A CASAN vem investindo para garantir a segurança hídrica com a construção da nova adutora projetada para levar água bruta da Barragem do Rio São Bento até a Estação de Tratamento de Água São Defende, em Criciúma. A obra ampliará em 50% a produção de água para abastecimento dos municípios atendidos por esse sistema integrado.
O Planejamento Hídrico para a região também prevê a ampliação da Estação de Tratamento de Água São Defende e da reservação de água, com a instalação de novos reservatórios.
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